18 de ago. de 2012

Heterogenia


Ao sabor do vento, na calmaria, pareço uma menina que sonha, que encanta, que sorri e constrói.
No sereno me recolho ao casulo da minha existência tão adormecida no íntimo do que tenho de mais secreto.
Na tempestade revelo meu outro lado, forte, decidida, que questiona e surpreende. Mas também posso ser frágil, chorosa e insistente.
A inquietude da menina se mistura à impulsividade da adolescente e à maturidade da mulher. Mostro, assim, as diversas faces aliadas às fases que transcendem meu mundo.
Na luz me vejo parcialmente, pois ela reflete o que quero mostrar e, talvez, me enganar.
Na escuridão me descortino por completo para saborear meus devaneios, meus mistérios, (re)conhecer minhas fraquezas e dar asas aos meus desejos.
Tudo parece ser complexo  e confuso, esse emaranhado de sentimentos, quereres e identidade. 
Não vou violar nada disso, quero apenas me organizar, extrair as raízes que não me agradam e cultivar as emoções que começam a aflorar, pois é delas que me alimento diariamente.


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