28 de abr. de 2012

O retrato de um conto I

Nas entrelinhas do destino
 
Ela estava triste. Tinha terminado um relacionamento de cinco anos a pouco tempo. Foi quando recebeu um telefonema de um rapaz que conheceu nas idas e vindas da vida. Quando se esbaravam, ele a olhava e sorria. Até que um dia resolveu chamá-la para sair. Ela ficou um pouco receiosa. Não queria que a vissem com outra pessoa em tão pouco tempo de "solteira". Acabou marcando o tal encontro. Em um cemitério. Em frente ao túmulo de parentes. Foi o que lhe ocorreu no momento.
Próximo ao horário marcado, de uma tarde de verão, ela deixou o carro em um estacionamento. O dono avisou que encerraria o expediente às 18h, ou seja, ela teria que voltar antes das 18h para pegar o carro. Até aí, tudo bem.
Chegou primeiro que ele. Estava anciosa. Pouco tempo depois ele chegou. Sentaram e conversaram bastante, sobre diversos assuntos. Os olhares tímidos se cuzavam de vez em quando. Fez-se silêncio e ele a beijou demoradamente. Afastaram-se. Se olharam e, neste momento, ele se declarou. Disse que queria estar sempre ao seu lado. Resolveram tentar.
Quando ela olhou o relógio, eram exatamente 18h, ainda dia claro, estava no horário de verão. Ela enlouqueceu. Saiu em disparada, parecendo um foguete, em direção ao portão do cemitério. E advinhe? Estava fechado. Para desespero dela, somente dela. O estacionamento estaria fechado. Como chegar em casa e explicar a situação? Olhou ao redor. Muros altos e nehuma alma viva naquele lugar. Voltaram para onde estavam. Ele tentava alcamá-la. Mas não adiantava. Ela parecia uma "barata tonta". Voltaram para a entrada. E... Deram de cara com o rapaz que cuidava do cemitério. Ele tinha ido embora, mas voltou porque esqueceu algo. Para sorte deles. Imagina dormir em um cemitério?
Se despediram. Ela correu, quase tropeçou. Rezou por todo o percurso. Conseguiu chegar ao estacionamento. Nossa... Ainda estava aberto, percebeu que alguns carros esperavam pelos seus donos, inclusive o dela. Suas pernas tremiam, o suor escorria pelas mãos, ela estava gelada e pálida. Entrou no carro e ficou uns 5 minutos, mais ou menos, tentanto se acalmar para conseguir dirigir.
Os momentos foram tensos, mas hoje a risada corre solta quando lembra deste episódio ímpar na sua vida.
Mas as escolhas da vida os separaram.

Um comentário:

Roselia Bezerra disse...

Olá, querida Bel
Nem sempre os finais são felizes mas a tentativa vale a pena pois é prova de que se está vivo(a)...
Um conto original...
Bjm de paz